O ano era 1993, estava na terceira série, no final do primeiro semestre. Um dia antes da tão esperada férias escolares. Havia alguma coisa acontecendo em uma das salas do colégio. A maioria dos meus amigos se amontoavam na frente da sala.
Como cheguei atrasado não sabia o que era. Perguntei para um dos meus melhores amigos:
- Hei! Sabe o que é aquela aglomeração?
- É a fila dos burros. Quem não vai ter férias e terá que ficar estudando. Acho bom você ir lá ver, porque seu nome deve estar lá.
Lembro de ter ficado indignado. Como assim? Está me chamando de burro? Quer apanhar, maluco?
Como eu sempre fui o menor aluno da sala, não quis partir para a briga. E como não era um exemplo de aluno, resolvi verificar a lista, com uma certa apreensão.
No final, meu nome não estava lá e não precisei conversar com o professor dentro da sala.
Mas, claramente, essa memória ficou marcada na minha cabeça.
No livro “The Buddha and the Badass”, de Vishen Lakhiani, ele propõe um exercício sugerido por Drima Starlight chamado “A história da origem”, onde você deve tentar se lembrar das suas memórias mais antigas, de preferência entre 5 e 8 anos.
Essas memórias de alguma forma definiram alguns dos seus valores de vida.
O exercício para mim não foi muito fácil. Confesso que não tenho muitas lembranças desse período. O que de certa forma é um bom sinal, pois segundo o livro, as situações mais marcantes são geralmente alguns traumas da vida.
O interessante é que esses traumas acabam virando um combustível que guiam a sua vida no intuito de que não aconteça com você novamente e que não aconteça com outras pessoas.
Isso é muito louco!
Primeiro, pelo fato de que coisas que parecem ser banais e aconteceram quando você nem tinha consciência direito, podem te influenciar para a vida toda.
Segundo, porque descobrir o seus valores mais fortes podem fazer toda a diferença na sua vida, principalmente, na sua felicidade.
O que aconteceu com Vishen e a sua empresa, Mindvalley. Depois de definir os seus valores, ele mudou os valores da sua empresa e mudou de patamar, pois a empresa agora tinha um propósito forte, sabia quem queria atrair e quem não fazia questão de agradar.
Essa é a grande força. Ter claro seus valores mais fortes, facilita você falar NÃO para muitas coisas. Te dá o poder da INTENCIONALIDADE.
Sabendo seus valores, você pode procurar uma empresa que compartilham os mesmos valores ou criar algo que transmitam esses valores.
No meu caso, peguei um dia e meditei por meia hora para tentar mergulhar na minha memória. Pensando agora, talvez com ajuda de um whisky ou um vinho fosse mais fácil (rs). Seja lá a forma que você queira para acessar as suas lembranças, é um exercício muito interessante.
Eu nem lembrava da cena sobre a recuperação. Mas ela veio muito vívida na minha cabeça. E para mim, claramente, direcionou muito algumas decisões futuras, tornando “auto-aprendizagem” um valor muito forte na minha vida. Muito provavelmente para não passar por uma situação assim de novo, o que de fato não aconteceu (mesmo indo muitas vezes chorar notas para não ficar de recuperação rs).
Hoje, a maioria das coisas que pesquiso, leio e tento passar gira em torno de auto-aprendizagem.
É algo que me dá prazer, tentar decifrar esse “jogo” e compartilhar com outras pessoas.
Essa é a grande sacada, procurar o que te dá prazer em um nível quase que inconsciente.
A ideia do exercício é sair com uma lista de 4 grandes valores que irão nortear as suas decisões. Algo que ainda não consegui, mas pretendo com mais meditações.
E você? Quais são as suas memórias mais marcantes? Sejam boas ou ruins. Qual é a sua memória mais antiga? Quais os sentimentos que elas trazem à tona?
Quais os valores que elas criaram?
Questione-se! Relembre e seja INTENCIONAL!
Assista ao vídeo do exercício:
LEIA O LIVRO
Comments