Eu vivia cansado, sem energia, sem disposição. Então decidi que precisa fazer alguma coisa para mudar isso. Pesquisei algumas coisas e descobri que o motivo do cansaço era o meu preparo físico. Conversando com uns amigos, cheguei a conclusão que iria começar a correr, porque não gostava de academia.
Comprei um tênis, uma roupa apropriada, olhei uns vídeos no youtube, até me inscrevi numa corrida de rua. Primeiro dia, não corri quase nada, 1 km e estava morrendo. Mas depois de 1 mês treinando, havia evolui bem, fiquei animado, contei a novidade para os amigos. Até que o ritmo da evolução começou a cair, não passava dos 5km e não diminuía o meu tempo.
Com 3 meses, a motivação não era mais a mesma, comecei a treinar menos dias na semana. Depois de 6 meses, o tênis novo, aquele apropriado para correr, servia apenas para ir na padaria. “É bom que não machuca os pés” é a desculpa por ter gasto em um tênis caro de corrida.
Se essa história é familiar, você também já passou pela grande armadilha de entrar no estágio de Competência Consciente (leia o post anterior), o “PLATEAU”. Aquela fase logo após uma grande evolução onde você estaciona, não consegue passar, treina e parece que sai do lugar. É o lugar onde as pessoas normalmente desistem.
Isso acontece não apenas na prática esportiva, mas nos projetos do trabalho, projetos pessoais e até nos relacionamentos. Não terminamos várias coisas que começamos.
No seu livro “Mastery”, George Leonard, mestre em aikido, escreve o que aprendeu com as artes marciais sobre o “plateau”. Ele descreve 3 tipos diferentes de pessoas: Os amadores, os obsessivos e os hackers.
O Amador é aquele que começa tudo com muito entusiasmo, assim como na história acima. Mas no primeiro sinal de estabilidade, ele desiste.
O Obsessivo é orientado a resultados. Não importa como chegar ao resultado, desde que seja rápido. Quando chega ao plateau, fica decepcionado e dobra o esforço. Isso o leva a uma instabilidade até um momento que ele quebra de vez. Desiste do esporte, do relacionamento.
O Hacker é aquele que pretende ficar no plateau indefinidamente. Conformado, faz apenas o necessário. Fica pensando porque não consegue evoluir ou ganhar um aumento no trabalho.
Segundo o autor, nenhum desses caminhos leva à maestria. Porque a batalha para a maestria não tem um fim, é uma sucessão infinita de clímax e plateau.
Interessante como lendo esses perfis eu me identifiquei, principalmente no amador e no obsessivo. Todos nós somos um pouco de cada em alguma área da vida.
Ter essa consciência de como você se comporta em determinada situação faz toda a diferença.
Porque você começa a perceber quando chegou no plateau e que para evoluir, você sempre precisará passar pelo plateau. Ele é parte do processo. Aliás, ele é o processo! Você precisa aprender a amar o plateau!
“Metas e resultados são importantes, mas eles existem apenas no passado e no futuro. A prática, o caminho da maestria, existe somente no presente. Amar o plateau é amar o eterno presente.” George Leonard
Isso não quer dizer que de agora em diante você irá terminar tudo o que começar. A desmotivação sempre irá aparecer. Mas, de novo, o que vai mudar é a sua resposta ao seu sentimento. Você pode deixar se abalar e continuar desistindo como um amador ou encarar como mais um plateau a ser batido. Como disse Bruce Lee:
“Não existem limites. Existem apenas plateaus, e você não deve ficar ali, você deve ir além deles.”
Questione-se. Como você está encarando o seu plateau?
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Para os questionadores:
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