“More Than You Know” Michael Mauboussin
- gelsontk
- há 3 dias
- 3 min de leitura
Como podemos melhorar o nosso conhecimento financeiro? Quais os modelos mentais podemos utilizar para entender como os mercados funcionam?

Michael Mauboussin mostra no livro “More Than You Know” como o conhecimento de outras disciplinas - como biologia, psicologia e sistemas complexos - podem nos tornar investidores melhores.
Muitas coisas interessantes no livro que ficou difícil escolher apenas os 5 principais insights. Um livro pouco recomendado pelas pessoas do mercado, mas que irá fazer você repensar muitos dos conceitos “padrões”, como o uso do P/L, o desvio-padrão e até as finanças comportamentais.
Como investidor, recomendo fortemente que leia o livro. Infelizmente, sem tradução para o português.
Veja os principais pontos no resumo visual do livro “More Than You Know”, de Michael Mauboussin:

Os 5 principais insights
Risco e Incerteza
Risco é quando o resultado é desconhecido, mas conhecemos a distribuição dos possíveis resultados.
Incerteza é quando o resultado é desconhecido e a distribuição de resultados também.
Jogar na roleta é arriscado. Os resultados de uma guerra são incertos.
Como investidores, temos o desafio de traduzir as incertezas em probabilidades e possíveis ganhos ou perdas.
Aversão à perda miope
Quanto mais frequentemente avaliamos nosso portfólio, maior a chance de vermos perdas e sofrermos com a aversão à perda.
E como mostrado por Daniel Kahneman e Amos Tversky, sofremos duas vezes e meia mais com perdas do que com ganhos.
A consequência disso é um turnover maior da carteira e uma possível queda nos retornos.
Se você se considera um investidor de longo prazo, mas fica olhando a movimentação de preço diariamente, então você é um investidor de curto-prazo, porque você irá agir de forma miope.
Indivíduo e o Mercado
A finanças comportamentais já mostrou que estamos longe de ser agentes racionais - que era a premissa das teorias econômicas clássicas. Claramente paramos com vieses e de forma errática.
Mas os mercados podem ser racionais mesmo que os investidores, individualmente, sejam irracionais. E as finanças comportamentais muitas vezes falham em distinguir o individual do coletivo.
Em alguns momentos do mercado - não sempre - as ações do coletivo se tornam heterogêneas. Cada investidor pensando de forma independente e diversificado e o mercado, mesmo com decisões irracionais, se torna eficiente.
Porém, em momentos de estresse, essa diversidade se contrai e o pensamento coletivo começa a ficar homogêneo. Nessas horas, o mercado assim como seus participantes ficam irracionais e surgem as bolhas e os crashes.
Inovação
Analisar empresas inovadoras é um grande desafio para o investidor. A velocidade cada vez maior dos avanços tecnológicos e os seus impactos dificultam as estimativas de crescimento e lucros futuros.
Algumas coisas precisam ser levadas em consideração.
Primeiro, que a inovação tem seu alicerce na destruição criativa, Ou seja, muitas empresas que possuem vantagens competitivas hoje, podem perdê-las amanhã. O famoso desempenho passado não garante desempenho futuro. Principalmente aquelas que são líderes de seu mercado. Os novos entrantes miram os líderes.
Segundo, é difícil identificar o ponto da curva de inovação que estamos. Investidores sempre tendem a subestimar ou superestimar o crescimento das empresas pois ficam “ancorados” com o crescimento atual da empresa, extrapolando esse crescimento para os anos futuros.
Sistemas complexos e a lei da potência
O mercado financeiro não é como um sistema mecânico onde é possível identificar como cada peça contribui com o resultado final. O mercado é um sistema adaptativo complexo, onde cada parte interage com a outra fazendo o sistema se auto regular e aprender.
Olhando por esse prisma da teoria de sistemas complexos, a primeira lição é que a relação entre causa e efeito é extremamente difícil de se encontrar. Qualquer tentativa de explicar as reações de mercado de forma simplista serve apenas para vender notícias e não deve ser levada em consideração na decisão de investimentos.
Segundo, as variações de preço não obedecem uma curva normal, mas sim a lei da potência. Isso tem implicações profundas, porque vários indicadores estatísticos, como o desvio-padrão, parte da premissa que os dados seguem a famosa curva normal. Ou seja, dizer que o mercado está X desvio padrão da média pode não dizer nada, pois desconsideramos os eventos de cauda, que em sistemas complexos acontecem com uma frequência maior do que esperado na curva normal e podem impactar muito mais na variação dos preços, os famosos cisnes negros.

Esse resumo é para que você não esqueça dos principais pontos, leia o livro completo para conseguir capturar esses e outros pontos.
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