Uma das coisas mais impressionantes da vida é o desenvolvimento do nosso cérebro. Lendo sobre o assunto, vemos que é a velocidade de aprendizado de uma criança no início da vida é algo surpreendente, desde como segurar objetivos até enxergar perfeitamente os objetos à sua volta.
Fazemos a maior parte desses movimentos de forma automática, mas se pararmos para analisar são ações de tremenda complexidade. No livro “Como a mente funciona”, Steven Pink mostra que começamos a entender a dificuldade dos bebês em aprenderem esses comandos com a robótica. Conseguir reproduzir os movimentos da mão, por exemplo, como pegar objetivos de formas diferentes, com a força exata para não deixar cair ou amassar o objeto, usar os dedos na forma de pinça, tudo isso exige um raciocínio gigantesco que processamos em milésimos de segundo e exigiu muito tempo de computação para conseguirmos reproduzir.
Mas além de ser um assunto interessante de ler, entender como o cérebro funciona pode nos ajudar a influenciar o desenvolvimento das nossas crianças. Através dos estímulos certos, podemos ajuda-las nessa tarefa árdua de aprender a se virar no mundo.
Uma das descobertas mais interessantes é com relação à visão. No livro “Cérebro: Uma biografia” de David Eagleman, ele mostra um experimento com dois gatos feita em 1963 por dois pesquisadores do MIT.
Os dois gatos ficavam em uma câmara com paredes listradas para estimular a visão. Porém, um deles podia se movimentar e outro não, só ficava na cadeirinha que se movia conforme o outro gato andasse. (Conforme a foto)
Os resultados do experimento mostraram que apesar do estímulo visual, o gato que ficou na cadeirinha desenvolveu muito menos a visão e nunca mais conseguiu atingir a visão normal.
O desenvolvimento da nossa visão depende de um conjunto de coisas e não apenas o estímulo visual. O bebê aprende a enxergar correlacionando o que ele vê com os movimentos do próprio corpo. Aprende através de feedbacks dos movimentos dos braços com os objetos para entender profundidade e perspectivas.
Por isso, é de extrema importância deixar os bebês se movimentarem no chão. Deixar eles deitados brincando com os objetos, mexendo as pernas e os braços livremente e de preferência de barriga para baixo para incentivar o engatinhar. Nada de deixar eles por longo tempo em cadeirinhas e no colo.
No livro “How to Multiply Your Baby's Intelligence: The Gentle Revolution (Inglês)”, o professor Glenn Doman também incentiva os pais a deixarem os bebês o máximo possível engatinhando. Segundo as pesquisas, o processo de engatinhar é fundamental para o desenvolvimento não apenas da visão, mas do cérebro como um todo.
Como pai, sempre incentivei a criança a andar logo, colocando o bebê de pezinho ou sentado. Mas o mais importante é incentivar a ele engatinhar bem, inclusive até mesmo depois que a criança aprende a ficar sentado ou de pé.
A fase inicial da vida das nossas vidas é fundamental para o desenvolvimento do cérebro. É quando a maioria das nossas células cerebrais são criadas. O ser humano é um dos poucos animais que nasce com o cérebro pouco formado, o que possibilita aprender novas coisas após o nascimento. Por isso é extremamente importante incentivarmos da melhor forma possível as nossas crianças nessa fase.
Mas se você não fez nada disso, não se preocupe. O cérebro humano é capaz de se adaptar e aprender coisas novas quando a criança está mais velha. Por isso, ler sobre o assunto e entender como o cérebro funciona, com certeza, irá nos ajudar a ajuda-los.
Esse é um assunto que tenho lido bastante ultimamente e postarei mais a respeito. Enquanto isso, a mensagem que deixo para os bebês é “Keep Cralwing!” (Continue engatinhando).
Posts Relacionados:
Livros para os questionadores
Ler mais livros é compartilhar conhecimento.
Se você curtiu, compartilhe a página com os seus amigos e siga-nos nas redes sociais (Instagram e YouTube)
Comments