2020 foi um ano totalmente atípico. Toda essa pandemia transformou a vida das pessoas no mundo inteiro, na forma como nos relacionamos, como trabalhamos e até como nos divertimos.
Para mim, em particular, foi um ano totalmente maluco e empolgante. Depois de trabalhar por 11 anos na mesma empresa, resolvi tirar um ano sabático e junto com a família, viajar o mundo. Com o COVID-19, tivemos que voltar antes do tempo previsto, o que não mudou tanto os planos pois havíamos descoberto que estávamos “grávidos” e teríamos que antecipar de qualquer forma a nossa volta ao Brasil.
Mesmo tendo viajado por 3 meses, pude refletir um pouco sobre a vida, sobre valores e sobre futuro (esse menos do que eu gostaria). E essa experiência me ensinou diversas coisas que provavelmente falarei em outros posts.
Uma das maiores motivações para essa viagem foi a falta de tempo que nós tinhamos com nosso filho, um pensamento muito comum dos pais hoje em dia. E a faixa dos 3 anos de idade é algo que tínhamos em mente, pois é uma fase muito importante na formação da criança.
Porém, na viagem percebi que estávamos nos preocupando com os motivos errados. Eu tinha teoricamente 24h para aproveitar com meu filho e ainda sentia a mesma sensação de quando estava trabalhando, de que não era o bastante.
Eu tinha o maior tempo possível disponível (ainda não inventaram nada que alongue as horas do dia) e mesmo assim não eram suficientes, então a minha conclusão é que “falta de tempo” não era uma desculpa válida para mim e lamento te informar, também não é válida para você.
Poderia ser então um problema de prioridades?
Acho que seria um caminho que nos deixaria infelizes também, porque sempre teremos muitas coisas para fazer e se filho é a coisa mais prioritária da sua vida, racionalmente você deveria abrir mão de todas as outras coisas, mas a vida não é tão simples assim. Sempre nos sentiremos culpados se pensarmos dessa forma.
Então o que precisamos é parar de se preocupar tanto com a quantidade de tempo que passamos com nossos filhos. Precisamos usar essa energia para focar na qualidade de tempo que temos com eles.
“O maior erro que a maioria das pessoas comete é achar que o balanceamento do tempo se dá pela distribuição igualitária das horas” Brendon Burchard
Mais fácil falar do que fazer, eu te garanto. Eu ainda estou tentando trabalhar esse lado, mas só pelo fato de refletir a respeito já te libera do peso da culpa e abre a sua cabeça para pensar de forma diferente.
Crie janelas de tempo para ficar com seu filho, comece com 15 min, meia hora e se conseguir aumente com o tempo, mas nessa janela foque 100% da sua atenção no que importa, esteja presente.
Então, a maior lição do sabático, sem dúvida, foi essa:
“Não importa quanto tempo você tem, se você não estiver presente e intencionado, sempre vai achar que falta tempo!”
Veja que essa lição, apesar de ter nascido do papel de pai, não se aplica apenas a paternidade, se aplica a tudo que é importante na sua vida.
Portanto, reflita, questione-se e esteja presente, pois não temos tempo a perder!
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