Planejar uma viagem tão longa como um sabático não é algo que fazemos todos os anos, talvez faremos uma vez na vida (espero que você faça uma vez pelo menos). Muitas dúvidas irão surgir e com certeza muita insegurança também.
Quanto tempo ficaremos em cada cidade? Qual o melhor jeito de comprar as passagens? Melhor reservar a viagem inteira e não correr riscos? Qual a melhor forma de elaborar a rota? Como consigo passagens mais baratas? Será que vai caber no orçamento?
Calma! Iremos fazer o passo a passo e chegar em um plano bem completo, com uma estimativa de custos. Antes de tudo, precisamos começar com uma lista desejável de cidades.
Desejável, porque a lista irá mudar conforme avançamos no processo. E ao longo da viagem também, lembre-se que a imprevisibilidade faz parte do jogo. Abrace-a.
A primeira coisa que recomendamos é comprar um mapa mundi e colar na parede do seu quarto (link para Amazon). Esteticamente fica muito feio, mas ele estava lá olhando para você o tempo todo, te lembrando que está prestes a realizar a viagem do seu sonho.
Escreva suas motivações no mapa e comece a identificar as cidades que você gostaria de ir, sem censura, sem limitações, discuta todas as loucuras que já pensou em fazer na vida, todas as cenas de filmes que te marcaram, as aventuras que gostaria de experimentar e defina a sua lista de desejos. Caso tenha dificuldades, algumas garrafas de vinho podem ajudar rs.
Depois de usar o mapa na parede, começamos a utilizar o My Maps do Google https://www.google.com/intl/pt-BR/maps/about/mymaps/
Achamos muito útil para definir as rotas. Para facilitar o planejamento, iremos compartilhar um mapa com o passo a passo para quem estiver cadastrado no email do sabático. (Se ainda não se cadastrou, clique aqui e se cadastre).
Com uma lista grande de desejos, classificamos as cidades por 3 critérios para a seleção:
1°) Cidades com amigos
Visitar cidades com amigos é talvez uma das melhores coisas que você pode fazer. Primeiro porque a experiência é muito positiva e totalmente diferente (iremos falar mais sobre isso em posts futuros). Segundo, são as melhores pessoas para falarem como é morar na cidade (uma das nossas motivações). Terceiro, sempre é bom ter alguém de confiança caso aconteça uma emergência. Em viagens com crianças, essa é uma grande preocupação.
2°) Nível de segurança
Um critério que utilizamos foi o GPI (Global Peace Index), um índice de segurança da “Vision of Humanity” (https://www.visionofhumanity.org/maps/#/). Eles levam em conta indicadores mais macros como conflitos internos, gastos militares, impacto do terrorismo e alguns dados mais micros como taxa de criminalidade e homicídios.
Só por curiosidade, o Brasil está em 126° de 163 países analisados :(
Outro site que possui bastante informações sobre os países é o portal do Ministério das Relações Exteriores (http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/seu-destino)
Escolhendo o país desejado é possível ver uma “recomendação de viagem”, que vai desde Viajar com precauções normais de segurança” até “Não viajar”.
Além disso, eles também falam de cada ponto específico de segurança, como criminalidade, chances de sequestro, terrorismo, se o inverno é muito rigoroso e se exsitem chances de terremotos e tornados.
Deixe o site marcado nos favoritos, pois ele também será útil mais para frente quando formos falar de documentação e vacinas.
3°) Países que gostaríamos apenas de visitar
Lugares onde tínhamos muita vontade de conhecer, mas não necessariamente de morar. Seja pelo clima, pela cultura ou por achar que não teríamos muitas oportunidades de emprego.
Esse critério é bem subjetivo e talvez até um pouco "preconceituoso", no sentido de que os países que não escolhemos podem ser maravilhosos lugares para se morar, mas algumas decisões precisam ser feitas, não dá para “experimentar” todos os lugares.
A escolha desses critérios é extremamente pessoal. Provavelmente se estivéssemos apenas em casal, as cidades escolhidas seriam outras. Talvez a preocupação seria menos com segurança e priorizaríamos custo, por exemplo, então um dos critérios poderia ser custo médio por cidade.
Por isso é super importante ter as motivações bem claras, elas serão os fatores decisórios no planejamento.
O mais importante para você é entender o processo que foi feito, as ferramentas e as fontes de informações utilizadas.
Com esses critérios, chegamos a nossa primeira lista de cidades. O que possibilita fazermos a primeira estimativa real.
Aos poucos, a insegurança se transforma em empolgação, o plano começa a tomar forma e você começa a sentir que a viagem já começou.
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