Havia um monge eremita que morava em uma caverna nas montanhas no Japão. Ele era um talentoso artista e começou a pintar um tigre na parede da caverna. Ele era extremamente detalhista e meticuloso, e demorou anos para terminar a pintura. Quando ele finalmente terminou, o tigre era tão realista que quando ele olhava, ele ficava com medo e não conseguia mais sair da caverna.
Essa estória zen ilustra basicamente o que ocorre em nossas mentes.
A ansiedade é o monge artista, desenhando alguns tigres em nossas cabeças, que parecem tão realistas que geram reações biológicas (coração acelerado, suor, lapsos de memória).
Ficamos com medo do tigre pintado na parede.
Cada vez que presenciamos algo que ativa nossa ansiedade, a conexão cerebral dessa memória se fortalece, o caminho para as sinapses vão ficando maiores, como uma estrada de terra que vai aumentando conforme mais pessoas vão utilizando.
Ou seja, a pintura vai ficando cada vez mais real.
As memórias vão se tornando mais fortes e a ansiedade entra em uma espiral negativa. Aumentando as reações a cada novo episódio.
Quebrar essa espiral não é nada fácil, pois os motivos são diversos. Desde uma predisposição biológica, influências externas (como traumas e stress), sedentarismo e até alimentação.
Estudos recentes mostram que as bactérias do seu intestino podem influenciar o nível de ansiedade.
Não existe uma bala de prata para a ansiedade, mas uma vida saudável é, com certeza, um bom caminho para minimizá-la.
E ter a consciência que o tigre é apenas uma pintura já é um grande começo.
“O homem não se preocupa tanto com problemas reais quanto com as ansiedades imaginadas sobre problemas reais” – Epicteto
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